História do Calçado



a.C.
O ofício de sapateiro é antiquíssimo, mas, ainda assim, os sapateiros eram objeto de discriminação e tinham seu gueto particular, juntamente com curtidores e carniceiros, na fímbria das cidades antigas. Foi o cristianismo que dignificou a categoria. E surgiram logo três santos sapateiros: Aniano e os irmãos Crispim e Crispiniano.

As sandálias eram o tipo mais comum de calçado nas civilizações primitivas. Um exemplar, feito de papiro trançado e encontrado num túmulo egípcio, data de 2000 a.C. Ao tempo da XVIII dinastia, as classes abastadas já haviam adotado as sandálias de cana ou fibra. Os primeiros sapatos macios foram introduzidos na Mesopotâmia por volta de 1595 a.C. Eles consistiam num pedaço de couro enrolado no pé e atado ao artelho com tiras de couro cru.

Os coturnos gregos eram um simples adereço de teatro até que foram copiados pelos romanos e incorporados à vida diária. As mulheres gregas também andavam descalças ou de sandálias na rua. Tinham sapatos fechados e confortáveis para usar em casa. Tais sapatos só ficaram luxuosos no período helenístico.

Até o século V, os etruscos usavam sapatos de modelo próprio, amarrados, de cano alto e bico revirado. Mas foram os romanos que primeiro moldaram sola e gáspea, e fizeram formas diferentes para os pés direito e esquerdo - um grande progresso. Tais formas (de madeira) foram esquecidas, e tiveram de ser reinventadas em 1818. Os calçados romanos variavam com sexo e a classe social do usuário. O imperador Caio, por exemplo, criado entre os soldados de seu pai Germânico, adotou pelo resto da vida a sandália do exército (calígula) e passou à história com esse nome.

d.C.
Até o século V, os etruscos usavam sapatos de modelo próprio, amarrados, de cano alto e bico revirado. Mas foram os romanos que primeiro moldaram sola e gáspea, e fizeram formas diferentes para os pés direito e esquerdo - um grande progresso. Tais formas (de madeira) foram esquecidas, e tiveram de ser reinventadas em 1818. Os calçados romanos variavam com sexo e a classe social do usuário. O imperador Caio, por exemplo, criado entre os soldados de seu pai Germânico, adotou pelo resto da vida a sandália do exército (calígula) e passou à história com esse nome.

Na Idade Média, pobres e camponeses usavam tamancos e mesmo os sapatos dos ricos não eram pretensiosos: inteiriços, de couro cru, só mais tarde ganhariam fivelas ou cadarços. Eram feitos em casa ou por atersãos locais. A indústria inglesa data de 1305, quando Eduardo I decretou que uma polegada (2,5cm) equivaleria a três grãos secos de cevada postos ponta a ponta. Como um sapato de criança mede 13 grãos ficou sendo "tamanho 13" (ainda é).

Nos séculos XIV e XV os sapatos algongaram-se em demasia e ficaram pontiagudos. Até as armaduras tinham compridos sapatos de ferro de bico revirado. Também se tornaram comuns por essa época os sapatos-polaina (poulaine) ou crackowe, de origem polonesa e cracoviana, flexíveis, de entrada baixa, sem salto, com sola delgada e bico fino. No fim do século XV e começo do século XVI, esses e os demais sapatos pontudos caíram de moda, cedendo lugar aos "bicos de pato". Desde então, os dois estilos se alternam nas Ilhas Britânicas e no resto do mundo.

No século XVII predominaram as botas. Os sapatos tinham salto, de tamanho moderado. Luís XIV lançou o salto alto, que o neto conservou e tem seu nome: salto Luís XV. Os sapatos eram enfeitados de fita, em rosetas ou laçarotes. Na América colonial e puritana, homens e mulheres usavam sapato preto de verniz (patent leather), com meio salto. No século XVIII, as fitas foram substituídas por fivelas de ouro e prata, com ou sem pedrarias.

Com o advento das máquinas de costura americanas no século XIX - a de Walter Hunt, a de Elias Howe e, finalmente, a de Isaac Merrit Singer - a sola era presa ao corpo do sapato com pregos, e toda costura tinha de ser feita à mão. A máquina de costura não só acelerou o processo de produção como levou à confecção de um sapato melhor e mais barato. Surgiram depois a operatrizes especializadas, como a de McKay. Um fluxo incessante de máquinas sofisticadas revolucionou a indústria dos calçados, de tal modo que, no alvorecer do século XX, ela já entrara na era da produção em massa.